ATA DA QUADRAGÉSIMA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEXTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA NONA LEGISLATURA, EM 26.05.1988.

 

 

Aos vinte e seis dias do mês de maio do ano de mil novecentos e oitenta e oito reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Quadragésima Sétima Sessão Ordinária da Sexta Sessão Legislativa Ordinária da Nona Legislatura. Às quatorze horas e quinze minutos, constatada a existência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou que fossem distribuídas em avulsos cópias da Ata da Quadragésima Sexta Sessão Ordinária que, juntamente com as Atas da Quadragésima Quarta e da Quadragésima Quinta Sessão Ordinária e da Vigésima Primeira Sessão Solene, deixou de ser votada em face da inexistência de “quorum”. À MESA foram encaminhados: pelo Ver. Aranha Filho, 01 Emenda ao Projeto de Lei do Legislativo n.º 56/88 (proc. N.º 879/88), que acrescenta dispositivos à Lei nº5732, de 31 de dezembro de mil novecentos e oitenta e cinco (insalubridade ou periculosidade); pela Verª. Gládis Mandelli, 02 Pedidos de Providências, solicitando fechamento ao trânsito de veículos, aos domingos, da Rua José Bonifácio, no sentido Oswaldo Aranha – João Pessoa, aumento de freqüência dos ônibus da Empresa NORTRAN, da Linha Ipiranga-Centro; pelo Ver. Flávio Coulon, 01 Pedido de Informações, acerca dos cargos em comissão e funções de técnicos científicos do DMAE que foram criados a partir de primeiro de janeiro de mil novecentos e oitenta e seis; pelo Ver. Ignácio Neis, 01 Pedido de Providências, solicitando desobstrução de boca-de-lobo localizada em frente da Igreja São Vicente de Mártir, esquina da Rua Olarico Ribeiro com a Rua Vitor Silva; pelo Ver. Jaques Machado, 01 Pedido de Providências, solicitando instalação de uma sinaleira na esquina das Ruas Ferreira Viana com Barão do Amazonas; pelo Ver. Rafael Santos, 01 Projeto de Lei do Legislativo nº81/88 (proc. Nº1031/88), que determina a todo circo ou empreendimento, que utilize animais selvagens, a possuir equipamento de manuseio e captura; pela Verª. Teresinha Irigaray, 01 Indicação, sugerindo ao Sr. Governador do Estado a troca de local de um telefone público, da Rua D para o fim da Rua A 2, Vila Beco do Adelar, Estrada Juca Batista n.º 3151. Em COMUNICAÇÕES, o Ver. Valdir Fraga discorreu sobre o Plano de Carreira do Magistério Público Municipal, dizendo que o mesmo já se encontra na Autoria da Casa. Congratulou-se com o Pref. Alceu Collares, pelo envio deste Projeto, classificando-o como uma amostra da sensibilidade do Executivo Municipal frente aos problemas da categoria dos professores e de todo o setor educacional de Porto Alegre. O Ver. Raul Casa falou sobre a Lei Municipal conhecida como “Lei Dib”, relativa ao problema do silêncio que deve vigorar em determinadas partes da Cidade e também aos ruídos ocasionados por alguns serviços particulares, salientando que essa Lei não está sendo respeitada, o que vêm acarretando um excesso de ruídos em Porto Alegre. O Ver. Rafael Santos teceu comentários sobre o precário estado de conservação dos corredores de ônibus do Município, especialmente junto às estações de embarque e desembarque, atentando para o perigo que isso pode acarretar para os usuários e solicitando providências do Executivo Municipal com vistas a uma melhoria dessa situação. O Ver. Flávio Coulon declarou ter encaminhado Pedido de Providências a SMOV, solicitando estudo jurídico e técnico acerca de possibilidade de remuneração da Av. Guaíba. Salientou que anumeração dessa Avenida encontra-se completamente desorganizada, comentando os transtornos que isso ocasiona aos moradores do local. O Ver. Hermes Dutra discorreu sobre a política do Governo Estadual para a fiscalização e cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias, comparando a anistia nessa área concedida aos débitos da CENTRALSUL com a forma como o assunto é tratado ao se relacionar às pequenas empresas. E o Ver. Nilton Comin falou sobre os problemas de saúde resultantes do consumo, pela população, de alimentos conservados em latas amassadas ou com a adição de um número excessivo de materiais químicos prejudiciais ao organismo. Disse que os produtos enlatados oferecidos à comunidade não vêm recebendo a devida análise e fiscalização. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. Flávio Coulon comentou a antecipação do feriado de “Corpus Christi” para a próxima segunda-feira e a prorrogação da validade das carteiras de passagem de ônibus gratuita aos maiores de sessenta anos, analisando o posicionamento do Pref. Alceu Collares a respeito dessas questões. Questionou sobre o patrocínio dos técnicos municipais que se dirigiram a São Paulo para participarem de um curso sobre “Zoonoses” realizado naquela Capital. O Ver. Raul Casa leu e comentou nota do diretório metropolitano do PFL, em que é expresso o apoio dos Vereadores desse Partido à realização de eleições municipais ainda neste ano e o posicionamento do mesmo quanto à política a ser adotada frente a essas eleições. E o Ver. Valdir Fraga reportou-se ao pronunciamento, de hoje, do Ver. Flávio Coulon, sobre a posição do Pref. Alceu Collares com relação ao feriado de “Corpus Christi” e a prorrogação da validade das carteiras da SMT usadas por maiores de sessenta anos, esclarecendo os motivos que levaram o Prefeito Municipal a optar adoção dessas duas medidas. Durante os trabalhos, o Sr. Presidente deferiu Requerimento do Ver. Paulo Santana, solicitando que o Projeto de Lei do Legislativo n.º 85/87 seja incluído na ORDEM DO DIA de Primeiro de junho do corrente ano. Nada mais havendo a tratar, o Sr. Presidente levantou os trabalhos à quinze goras e quarenta e sete minutos, convidando os Senhores Vereadores para a Sessão Solene a ser realizada às dezessete horas, para entrega do título de Cidadã Emérita a Srª Mercedez Rodrigues. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Brochado da Rocha, Frederico Barbosa e Rafael Santos e secretariados pelos Vereadores Rafael Santos e Lauro Hagemann. Do que eu, Rafael Santos, 2º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada pelos Senhores Presidente e 1ª Secretária.

 

 

 

O SR. PRESIDENTE (Brochado da Rocha): Declaro abertos os trabalhos da presente Sessão. Passamos ao período de

 

COMUNICAÇÕES

 

O primeiro orador inscrito é o Ver. Nereu D’Avila, que transfere seu tempo ao Ver. Valdir Fraga.

 

O SR. VALDIR FRAGA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, já chegou a esta Casa o Plano de Carreira dos Professores, que se encontra na Auditoria da Casa em estudos; deve chegar uma Mensagem Retificativa hoje, trazida pela Secretária de Educação do Município, acredito eu, procurando primeiro as Comissões, principalmente a Comissão de Educação e, de imediato, com as Lideranças. Nós temos reparado que as professoras têm tentado ou têm encontrado os Srs. Vereadores não só nos corredores como nas suas salas, e eles as têm atendido com uma atenção que elas merecem - como os professores merecem, porque são eles e elas - e nós temos a certeza de que esta Casa, talvez com algumas discussões e com razão, venha a aprovar este Plano de Carreira. Estou antecipando esta discussão, tendo em vista que os professores, esta Associação tem conversado com todos nós. Então, não será o Ver. Valdir Fraga ou outro Vereador, entre nós, 33, que tentará querer partir como o grande nome defensor destes professores que há muito tempo vêm merecendo esta atenção do Município. Tenho um compromisso com o Prefeito Alceu Collares de pedir urgência deste Plano de Carreira, mas não vou ficar nem um pouco sentido se outro companheiro o encaminhar este pedido de urgência. Vai chegar a hora deste pedido. Mas o que eu quero colocar mesmo, Ver. Flávio Coulon, já que V. Exa. se prepara para que nós possamos abrir um debate referente a este Projeto, é a sensibilidade da Secretária de Educação e do Prefeito Alceu Collares de sentir que realmente estava na hora de nós alterarmos o piso salarial dos professores municipais. Eles passarão de 11 para 27. Ainda não é o bom, mas é razoável, é mais que 100%. Mas por que estou nesta tribuna? Feitas estas colocações, é para destacar o gesto humano, sim, sensível também, sim, mas o mais importante é o de valorizar os professores, assim como também pensa o Governador Pedro Simon. Por quê? Porque nós construímos mais de 15 escolas ou estamos para concluir até o final do ano mais 15 escolas, na sua maioria, CIEMs, que se gasta aí mais de 9 milhões em cada Ciem, pelo menos vinha-se gastando; agora, talvez, esteja custando muito mais. Se gasta aí também o material como classes, cadeiras, a infra-estrutura da escola, uma bela escola. Também estamos gastando na merenda, o que é necessário para dar aquelas condições as quais nós estamos divulgando e até sendo um dos cavalos de batalha do Prefeito Alceu Collares, que é a Educação. Então, chegou em boa hora, em bom momento este Plano de Carreira, que já chegou a esta Casa e que deverá vir a Plenário, acredito que na próxima semana. Por isso estou louvando a minha própria administração – claro que estou, é necessário – para colocar já a intenção de antecipar esta discussão que este Plano de Carreira é exatamente para acompanhar a evolução, não só das construções dos nossos CIEMs, como também o nível de ensino na Cidade, com todo respeito aos companheiros, principalmente Secretários, aqui presentes, que passaram pela Secretaria de Educação do Município e sabem que é um bom momento. Talvez até eles tivessem pensando nesse Plano de Carreira e não tiveram a oportunidade de o encaminhar. Então, nós estamos dando condições aos professores, pelo menos para se entusiasmarem mais um pouco, tendo me vista que realmente o salário era muito pequeno.

 

O Sr. Flávio Coulon: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Valdir Fraga, vou-lhe repetir o que eu disse, ontem, para as professoras municipais. Há uma conjugação de fatores favoráveis como nunca, na história do Município de Porto Alegre e que, ocorreu em termos de educação, qual seja, a filosofia do Governo do PDT de valorizar esse lado de educação – e nisso ele tem sido coerente ao longo de toda sua vida, começado com Leonel Brizola, quando foi Governador – com a presença, na Secretaria, de uma Professora engajada no movimento do Magistério e que tem um relacionamento muito bom com o Prefeito. Então, o momento é altamente favorável no sentido desse avanço que foi conseguido para os professores, que altamente louvável. A posição da Bancada do PMDB, em princípio, é no sentido de aprovar sem qualquer tipo de contestação esse Projeto, reconhecendo neleseus méritos. Agora, me parece que a nossa luta maior, muito antes que até a própria urgência, é nós sensibilizar os Vereadores no sentido de que não apresentem Emendas a esse Projeto, uma vez que os próprios professores já se consideram altamente atendidos ou, dentro das possibilidades, perfeitamente satisfeitos com a redação, algumas Emendas até já vem dentro do próprio Projeto, segundo fiquei sabendo pois não manuseei o Projeto, ainda, de modo que a nossa grande missão aqui é evitar aquelas Emendas que nesse tipo de Projeto e com as galerias cheias passar a rechear um Projeto. Este Projeto, os próprios professores estão dizendo que está enxugado e atende aos seus interesse. É preciso lutar para que isso aí seja colocado em discussão e colocado em votação com a maior brevidade.

 

O SR. VALDIR FRAGA: Atendo o desejo dos professores  que aqui vêm conversar com cada um de nós. Não pediram nada, apenas a urgência para que eles possam receber seus salários já no final de junho. Por isto estou encaminhando, louvo a iniciativa dos professores que vêm conversar com toda educação, como é de praxe da área educacional tanto do Município como do Estado, mas me adiantei porque acho um Projeto válido. Não teria sentido termos um CIEM desta envergadura com 700 alunos com café da manhã, lanche às 10 horas, almoço às 12 horas, à tarde outro lanche e após a janta e os professores com salário miserável.

 

A Sra. Teresinha Irigaray: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Exa. estava presente, ontem, à reunião, o Ver. Flávio Coulon não estava e está repetindo o que nós ouvimos da categoria, através da sua Presidente. Não querem que se apresentem emendas ao Projeto, agora, eis que era uma justa e antiga reivindicação da classe. V. Exa. sabe que neste exato momento eles estão lúcidos em não querer emendas para que o Projeto seja aprovado e tramite com a maior rapidez possível. As reivindicações posteriores virão, e eles pedem a ajuda desta Casa para soluções posteriores. Neste momento, parabenizo-me com V. Exa. e com o nobre Líder do PMDB, que estão aceitando o que a categoria quer, ou seja, que não se apresentem emendas e que transmite rapidamente, na íntegra, tal como está sendo apresentado. Por isto, nos somados a V. Exas. E pedimos que as Lideranças peçam aos seus liderados para não apresentarem emendas.

 

O SR. VALDIR FRAGA: Até porque este Projeto, como colocaram os professores, foi bem enxugado entre a categoria e a Secretaria Municipal de Educação. Por isto nos sentimos seguros em conversarmos sobre o assunto em um debate, como estamos fazendo agora, de nível respeitável.

 

O Sr. Hermes Dutra: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu confesso a V. Exa. que acho um precedente muito perigoso, muito perigoso mesmo votarmos um Projeto com compromisso de não apresentarmos Emendas, a toque de caixa e sem o estudo adequado. Embora a categoria apoie o Projeto, eu acho que a Câmara não deve abrir mão de uma análise de um Projeto importantíssimo, um Projeto tão importante quanto foi o Quadro de Carreira ao Estatuto dos Funcionários que esta Casa debateu e V. Exa. fazia parte da Comissão que ouvia as emendas e reivindicações dos funcionários. Eu queria alertar a Casa, pois a justificativa de atender ao pedido dos professores, não acho suficiente. Eu tenho impressão de que nós não podemos abrir mão de estudarmos detalhadamente, não seria o caso de V. Exa., que, certamente, por ter participado do Governo, estudou e colaborou na execução do Projeto, mas não é o nosso caso. Só quero divergir neste aspecto, acho que a Casa tem que aprová-lo com pressa, mas sem abrir mãos de Emendas e fazer uma análise profunda do Projeto.

 

O SR. VALDIR FRAGA: V. Exa. não está divergindo deste orador, divergiu, exatamente, do Ver. Flávio Coulon, foi ele que pediu. Eu coloquei que foram enxugadas e debatidas todas as propostas, proposições, etc. Mas, claro, que nós Vereadores teremos que seguir os trâmites normais e nós, Vereadores, colocaremos as nossas posições. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Frederico Barbosa): Com a palavra o Ver. Raul Casa pelo tempo que lhe cede o Ver. Nei Lima.

 

O SR. RAUL CASA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em primeiro lugar, quero agradecer ao ilustre Ver. Nei Lima pela gentileza de ceder o seu tempo para este Vereador dentro da fraternidade que deve dirigir o espírito entre colegas.

Sr. Presidente e Srs. Vereadores, esta Casa aprovou já faz mais de um decênio uma Lei Municipal que teve, a época, uma repercussão extraordinária na comunidade. Esta Lei, até, levou o nome de um Vereador que, posteriormente, veio exercer o cargo de Prefeito da Cidade, a chamada Lei Dib, sobre o problema do silêncio, que deve vigorar em muitas partes da nossa Cidade e também com relação a alguns serviços prestados por particulares à população. Entre – e eu recordo bem – os efeitos favoráveis que esta Lei teve a época e que conseguiu vigor por algum tempo estava aquele que proibia não apenas os vendedores – ambulantes de anunciar seus produtos através de qualquer tipo de equipamento como cornetas, apitos, etc., mas também um fato extremamente conhecido da população que é o anúncio que fazem os vendedores de gás quando entram numa determinada rua, buzinando de forma descontrolada para anunciar a venda de seus produtos. Não raro esses vendedores de gás, começam a buzinar em horas impróprias, criando uma série de dificuldades para quem tem certeza de que existe uma Lei que o protege neste sentido.

 

O Sr. Nei Lima: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Queria fazer uma constatação para os Vereadores que estão presentes: muito se falou aqui que a Bancada do PDT era ausente, e não vejo a Bancada do PMDB, há horas, desde que cheguei nesta Casa, com exceção do Ver. Flávio Coulon.

Com referência ao seu discurso, Vereador, também acho que há um excesso de ruído na Cidade. Mas, com referência ao gás, o Ver. Adão Eliseu, certa feita, não sei se apresentou um projeto dessa natureza, mas quero dizer que nas periferias, nos bairros da Cidade, muito têm ficado sem gás exatamente porque não ouvem mais a buzina dos caminhões. E muitas famílias têm ficado sem gás, por que havia aquele costume antigo em que os caminhões entravam nas ruas buzinando, mas isso, não tem mais acontecido. Tem que haver uma outra forma de chamar a atenção das donas-de-casa para que continuem a receber seu gás na porta. Atualmente, muitos bairros da Cidade não recebem mais este tipo de serviço. E o problema da poluição é sério, mas os caminhos de gás não são os que mais causam poluição na Cidade.

 

O SR. RAUL CASA: Agradeço o aparte de V. Exa., que somo ao meu discurso. Apenas, Ver. Nei Lima, as empresas distribuem uma tabela com os dias em que os veículos vão circular nas diferentes ruas. Além disso, Vereador, as empresas levam, basta-se fazer um telefonema, e elas tem sempre, nas imediações, caminhões em condições de fazer a entrega.

 

O Sr. Hermes Dutra: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, realmente, tenho o feliz hábito de levantar cedo, de acordar às seis horas da manhã, e não me atrapalha o barulho, em termos de me acordar. Mas reconheço que os outros têm o direito de dormir até mais tarde, sem contar o aspecto da poluição.

O que eu queria chamar a atenção talvez eu vá divergir um pouquinho do Ver. Nei Lima e de V. Exa.

Eu me lembro que quando eu morava na Rua Guilherme Schell, Vereador, ali os caminhões não buzinavam, eles apertavam a campainhas das casas. Agora, na Rua São Francisco de Assis, onde moro, realmente é um inferno, porque, como tem três distribuidoras de gás entregando de 15 em 15 dias praticamente todos os dias, somos obrigados a ouvir os buzinaços e os gritos nada afinados dos distribuidores.

 

O SR. RAUL CASA: Então, o que se observa é que a Lei do Silêncio está sendo infringida. E esta Lei foi amplamente discutida nesta Casa, inclusive foram tomadas providências, na época, a respeito dos vendedores de sorvetes que, com suas cornetas, faziam aquelas chamadas que, realmente, causam mal estar geral. Hoje, já se ouve novamente esse barulho dos sorveteiros, inclusive, já se tornou corriqueiro. Nós temos em Porto Alegre, áreas absolutamente críticas, como hospitais e, realmente, a Lei do Silencio não é respeitada.

 

O Sr. Aranha Filho: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, sabe V. Exa. que eu me preocupo sobremaneira com esse aspecto. Inclusive no âmbito da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, já estamos programando um Seminário a respeito do assunto, para que se tome consciência do problema e tentemos encontrar solução. Há Vereadores aqui na Casa que participaram de programas de rádio junto comigo e eles sentiram na carne o problema da fiscalização. Não existe qualquer tipo de fiscalização. Existe a Lei, mas como fiscalizar? Por exemplo: eu entendo que o maior problema de ruído, hoje, existentes na Cidade são as surdinas. Como a SMT vai resolver este problema das surdinas?

Agora mesmo, na Av. Farrapos,, ao lado da Casa Dico, estão fazendo uma obra, transformando uma garagem num futuro edifício de escritórios e estão lá as britadeiras a alucinar o entorno, quase todo o centro está envolvido neste problema, das 8h às 8h da noite. A única fiscalização que existe no território nacional é a do Leão.

 

O SR. RAUL CASA: Eu agradeço o aparte de V. Exa. e, para concluir, eu queria deixar uma sugestão de que esta Casa, através da Comissão apropriada, a Comissão que é presidida pelo Ver. Aranha Filho chamasse estas empresas, que não são muitas, os seus responsáveis, para que, em conjunto, se procurasse encontrar uma solução para minimizar este problema que, realmente, inferniza a vida do porto-alegrense. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O próximo orador inscrito é o Ver. Rafael Santos pelo tempo que lhe cede o Ver. Mano José. V. Exa. tem 10 min.

 

O SR. RAFAEL SANTOS: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, hoje de manhã, por dever de ofício, estive percorrendo diversas Avenidas de Porto Alegre e verifiquei o péssimo estado de conservação das estações de embarque e desembarque dos corredores de ônibus. Realmente se encontram num lastimável estado de conservação. É tela arrebentada, postes tortos, sendo uma ameaça para o pedestre, uma ameaça para os carros. A pavimentação junto aos corredores, está também totalmente destruída. Houve, de parte da Administração Municipal, um absoluto desleixo, com relação aos corredores de ônibus. Ora, se a Administração entende que os corredores não produzem os seus efeitos que não são bons, que os extinga, que termine com eles, ou então que mantenha, pelo menos, o mínimo de conservação dos mesmos, porque ali se acumula a grande maioria da população que se utiliza dos transportes coletivos. Há outras avenidas, por exemplo, a Avenida Nilo Peçanha, cuja pista de rolamento também se encontra em péssimas condições de conservação. Exatamente nas grandes avenidas por onde flui a maior quantidade de tráfego e os corredores de ônibus, especialmente as estações de passageiros dos corredores de ônibus, as estações de embarque e desembarque, para onde aflui a grande quantidade da população, é que se encontram em piores condições de cuidados. Não há o mínimo de cuidado e de reposição nessas estações. Por isso, quero fazer um apelo, da tribuna, ao Sr. Prefeito Municipal, ao Sr. Secretário de Transportes e ao Secretário da SMOV, nosso prezado Dr. Schaan, que mande fazer uma vistoria nesses corredores de ônibus, especialmente junto às estações de embarque e desembarque, para ver o estado lastimável em que se encontram, e providencie numa recuperação, em reorganizar e remodelar esses corredores, ou que dê uma pequena melhoria, retirando aquelas telas que estão hoje já soltas e se transformando até num perigo para a população. Ferros retorcidos junto aos corredores, junto às estações de transbordo. Realmente, isto dá uma péssima impressão para o usuário e, inclusive, para o turista que passa por Porto Alegre. É só ver o estado em que se encontram os corredores de ônibus da Assis Brasil, o de Petrópolis, por exemplo, o da Bento Gonçalves, todos eles, enfim. Não é um fato isolado, foi um abandono total na conservação destes corredores de ônibus, especialmente das estações de embarque e desembarque.

 

O Sr. Raul Casa: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu queria me congratular com o pronunciamento de V. Exa. e dizer que, realmente, há muito tempo, eu sempre me posiciono contra estes corredores. E V. Exa. aborda um dos aspectos dos corredores que já causou tragédias em Porto Alegre, que são aqueles postes de segurança, aqueles corrimões laterais, aqueles canos. Há algum tempo atrás, num acidente com uma Kombi, um cidadão foi atravessado por um daqueles ferros. Além do que são muito mal sinalizados, nos seus términos, estes corredores, e vários acidentes ocorrem exatamente nestes pontos de estrangulamento. Este é um assunto que temos que enfrentar: a péssima conservação dos corredores e a maneira como são tratados os mesmos. Devemos retornar a este assunto com mais assiduidade, porque é um problema da Cidade.

 

O SR. RAFAEL SANTOS: Eu acho que é um problema de tomar decisão: de refazer, recuperar, ou eliminar, retirar o resto que existe, pois não existem mais as proteções apenas pedaços delas. Isto não representa segurança para ninguém, não serve como delimitador porque estão cheios de falhas e, atualmente, só servem para provocar acidentes.

 

O Sr. Aranha Filho: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, eu devo ter feito já uns dois ou três Pedidos de Providências neste sentido, para que fossem tomadas providências, até à providência maior, que seria a retirada destes pedaços de ferro de junto do concreto, o que é um problema muito sério e que, tecnicamente, pode-se dizer que é até uma condição insegura. Dentro desta condição insegura, existe a responsabilidade, ou a culpabilidade por um acidente, pena que nenhum munícipe tenha entrado com alguma causa na Justiça Cível pedindo indenização contra esses acidentes; se alguém tivesse tomado essa atitude, de entrar na Justiça contra a Prefeitura, acredito que eles olhariam com outros olhos para esse problema. Mas acho, e quero chamar a atenção, aproveitando o discurso de V. Exa. e a presença da D. Teresinha, que está tomando notas, acho que seria importante avisar alguém de direito, o atual Secretário dos Transportes, para que ele tenha responsabilidade sobre esses acidentes, já que temos, consagradamente, uma condição insegura.

 

O SR. RAFAEL SANTOS: Nobre Vereador, encontramos, nos diversos corredores dos ônibus, e nas várias estações de embarque e desembarque, três tipos de proteção: umas, formadas por uma espécie de corrimão; outras, com telas e, uma terceira, com placas de ferro, alumínio, ou coisa parecida. Nenhum, e pode se visitar todas as estações, está inteiro, então até a finalidade inicial, que seria evitar que se transitasse naquela área, e que a pessoa saísse do corredor, a não ser pelos locais pré-determinados, já não existe, porque todos eles têm buracos, por onde se pode passar. Então, a única finalidade de toda aquela ferragem, parafernália, é produzir acidente, não tem nenhuma outra finalidade. Das duas, uma: ou o Município, o Executivo Municipal se dispõe a recupera, ou então deve tirar, mas o problema precisa sumir, não deixar como está. Ou tira tudo, e deixa canteiros centrais, como é na Érico Veríssimo, com canteiro central.

 

O Sr. Raul Casa: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Apenas para aduzir um outro equipamento que a CEE coloca junto aos seus postes, e que se constitui também numa grave ameaça, que são aqueles trilhos que cercam os postes da CEEE, cuja altura está exatamente na cabeça de um motorista, quando bate naquele poste, o que não é raro. É muito seguido. Os acidentes envolvendo automobilistas que são feridos por aqueles ferros, na cabeça, são muito seguidos.

 

O Sr. Valdir Fraga: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) É que eu gostaria de cumprimentar V. Exa., mesmo sendo do Governo, são coisas que são indefensáveis, não é? Realmente V. Exa. tem razão, e eu tenho a certeza de que a Assessora do Governo, D. Teresinha Casagrande está anotando e nós vamos reforçar, também, dando ênfase a este pronunciamento que realmente vem beneficiar nossa comunidade. Meus cumprimentos.

 

O SR. RAFAEL SANTOS: Eu agradeço ao Ver. Valdir Fraga e encerro dizendo que realmente o meu pronunciamento, hoje, não é nem de crítica. Eu acho que precisa o Poder Executivo Municipal tomar uma atitude, ou recupera ou elimina, agora, deixar como está, é que não pode, sob pena de estar sendo um agente de acidentes graves nas nossas principais avenidas. Sou grato.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Flávio Coulon.

 

O SR. FLÁVIO COULON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sra. Teresinha Casagrande, o assunto, aproveitando os novos ventos que varem a Administração Municipal, diga-se de passagem, com todos eles querendo mostrar serviço e mostrando serviço, aproveitando estes novos ventos encaminhei ontem um Pedido de Providências à SMOV, no sentido de que estudasse, do ponto de vista jurídico e do ponto de vista técnico, a possibilidade de remunerar a Avenida Guaíba. A Avenida Guaíba é uma avenida extensa que segue a orla do Guaíba, que é interrompida num determinado trecho – desaparece como Av. Guaíba – e depois ressurge em Ipanema. Até poucos dias eu desconhecia o problema daquela Avenida; mas escutando um programa de rádio, um velho morador daquela avenida clamava ao poder público no sentido de que resolvesse o problema de numeração daquela rua ou daquela avenida. Neste fim de semana, me dei o trabalho de percorrer a Av. Guaíba para sentir o que é que o pobre do morador realmente reclamava. Meu amigos, a Av. Guaíba, do ponto de vista de numeração, é um pandemônio como nunca na minha vida vi coisa igual. Há numeração mais baixa antes das mais altas. E também duas numerações iguais. Há repetição de numeração deste primeiro trecho com o segundo trecho. Existe lado par com número impar e existe lado impar com número par. Existe, aqui perto dos Veleiros do Sul, um prédio que tem 2 números: 1996 e 2624. O 1996 – ainda bem que não chegamos no ano de 1996, porque senão diriam é ano – não é 1996. Ao lado está escrito DMAE, ou seja, tem dupla numeração aquela casa: uma numeração do DMAE, outra numeração para efeito da SMOV e para efeito da ECT. Bem, duas numerações uma das quais do DMAE, que é da Prefeitura. Então, eu conversava com alguns moradores daquela avenida, no domingo à tarde e eles me diziam que a correspondência, por exemplo, era comum chegar um mês atrasada, porque entregaram no mesmo número, só que em outro trecho. Quando muda o carteiro daquela zona, ele não consegue encontrar mais ninguém, porque o carteiro velho sabe que o número vai e o número volta. O carteiro novo não sabe e se perde. Quando eles dão os endereços para procuradas, chegam no n.º 4000 e acham que já passou o 2000. Não. Existe um n.º 4000 entre 2000 e o 3000. De modo que esse problema é gravíssimo para aqueles moradores. É evidente que a solução não é fácil e rápida. Não é só chegar lá e começar a colocar uma numeração agora. Há necessidade de fazer um estudo jurídico e um estudo técnico, por que essa mudança de endereço poderá acarretar sérios problemas em termos de registro de imóveis, agora, o que não pode, é continuar essa situação de caos na numeração da Av. Guaíba. Aquelas casinhas de pescadores, à direita de quem vai, logo do Veleiros do Sul, os números são 10, 20, 30, ,40, 50 e 60. Um pouco adiante, os bombeiros, é 4027, antes de 2900. Então, as pessoas que não conhecem, se perdem dentro dessa Avenida.

 

O Sr. Aranha Filho: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) É, realmente, um problema muito sério, mas que esbarra, justamente aí, na sua remuneração, no registro de imóveis. Eu acredito que o problema dos carteiros é de somenos importância, porque eles já conhecem esse problema e algum novo que para lá for deslocado, o anterior, ou a chefia, já passa esse problema para ele. Mas, fiz um estudo igual a esse que V. Exa. fez, na Silva Só, Mariante e Av. Goethe. É o mesmo problema: ninguém sabe onde começa uma e termina outra. E pior, a Av. Goethe também necessita de uma remuneração, e agora, menos tanto, porque no local da primeira construção da Av. Goethe vai ser erigido um edifício, que levará o número 20. Os edifícios novos, que olham o Parcão, são sem número; o Grupo Escolar Uruguai, é sem número: s/n. Então, também necessitam mudar, e, quando alguém se alvoroçou, tentando denominar uma avenida, só foi extremamente pichado.

 

O SR. FLÁVIO COULON: Recolho com extremo interesse o seu aparte, pois sou morador daquela zona e desconhecia o problema dessas ruas, pois este problema deve ter sido criado com a abertura da Perimetral.

Então, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Ver. Valdir Fraga, o apelo é no sentido de que seja estudada a viabilidade técnica-jurídico de nós estabelecermos uma certa ordenação na numeração da Avenida Guaíba, que, como está totalmente fora de ordem e fora de seqüência, causa inúmeros e graves problemas para os moradores daquela avenida.

 

O Sr. Valdir Fraga: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, gostaria de cumprimentar V. Exa., pois V. Exa. tem toda a razão, esta avenida inicia no Bairro Assunção, interrompendo na área da Coronel Marcos e reinicia na Praia de Ipanema. Realmente a comunidade tem razão, e esse problema não é de hoje como V. Exa. colocou muito bem. Eu vou conversar com o Sr. Prefeito Alceu Collares e ele irá encaminhar para a Secretaria competente para que se resolva de uma vez por todas esse problema da comunidade, que vem sofrendo há muito tempo. Meus cumprimentos a V. Exa. e conte com o apoio da Bancada do PDT para se somar a esse pedido de V. Exa. e da comunidade que V. Exa. representa nesse momento.

 

O SR. FLÁVIO COULON: Agradeço ao Ver. Valdir. Era só, Sr. Presidente. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Hermes Dutra pelo tempo que lhe cede o Ver. Lauro Hagemann.

 

O SR. HERMES DUTRA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, antes de entrar na questão propriamente dita do meu pronunciamento, eu queria só, “en passant”, comentar um assunto rapidamente. V. Exas. sabem que eu sou Presidente da União dos Escoteiros do Brasil e nós temos duas lojas, em Porto Alegre, que vendem artigos escoteiros. E, como todas as lojinhas pequenas, não fugiu à época difícil em que estamos vivendo. Há quatro meses, 5 meses, no inicio do ano, faltou capital de giro, então começamos a selecionar as despesas, funcionários temos que pagar, água temos que pagar, luz tem que se pagar. Então, algumas coisas não vamos poder pagar e uma delas foi o ICM. Resolvemos não pagar o ICM, até conseguirmos dar uma ajeitada na situação porque sabíamos que em março começa o movimento de vendas com os núcleos escoteiros funcionando e nós pagaríamos com as multas devidas. Porque naturalmente nós declarávamos, preenchíamos a chamada GIA, ninguém sonegou o imposto. Agora, em maio a nossa dívida com o Estado montava em Crz 410.000,00, que foi paga ontem porque finalmente conseguimos nos recuperar. Acertamos todos os nossos credores e pagamos o ICM. Pasmem, V. Exas., que um fiscal do ICM foi lá na Loja Escoteira e como o Rio Grande não pode ter divisas evadidas, nos autuou. “Nós já pagamos, vai ser uma autuação sem sentido”. Mas eu fiquei lembrando, nobre Verª. Teresinha Irigaray que neste mesmo Governo anistiou a Centralsul em oitocentos milhões de cruzados de impostos. Não fora o problema moral que nós temos, eu teria aceito o conselho que me deram quando em janeiro tivemos que tomar a difícil decisão de confessar que estávamos devendo e não recolher o imposto. Em janeiro me deram a seguinte sugestão: não sejas trouxa, não declara que vendeste, espera que um dia alguém vai chamar vocês de sonegadores e aí virá uma anistia para salvá-los. Porém nós temos um problema moral do qual nós não podemos transigir e mensalmente até o dia 10 nós preenchíamos a chamada GIA, segundo a qual a Secretaria da Fazenda ficava sabendo que nós vendíamos e obviamente no final do mês não recolhíamos o imposto porque não tínhamos deduções a fazer, porque o ICM é uma composição, se estivéssemos comprando, se tivéssemos dinheiro para compara seria bem menos de 400 mil cruzados o nosso débito, que é o que vai acontecer a partir de agora, recomeçaremos a comprar, teremos créditos e pagaremos uma micharia de impostos. Mas, veja, Ver. Flávio Coulon, que certamente acabamos de dar uma valiosa contribuição ao Governo Pedro Simon, que, aliás, até hoje não reabriu a Unidade de Assessoramento ao Escotismo, lá se vai um ano, dois meses e alguns dias. Certamente está fazendo economia à custa dos escoteiros. Fechou uma unidade que tratava de grupo de escoteiros na SEC, onde havia três professores trabalhando, acho que com isto resolveu o problema dos professores. E agora um fiscal nos autuou, e já pagamos 400 mil cruzados que era a nossa dívida, talvez para compensar a anistia que deram a Centralsul de 800 milhões de cruzados, valores de janeiro, se formos trazer os valores para hoje será já um bilhão e duzentos, ou um bilhão e trezentos.

 

A Sra. Teresinha Irigaray: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Exa. sabe a luta que a gente tem dentro do Movimento dos Escoteiros do Rio Grande do Sul, e como Presidenta do Conselho Fiscal da Região do Rio Grande do Sul, me parabenizo com o discurso de V. Exa. e a minha repulsa contra esta autuação. Acho que foi descabida, foi ilegítima, foi muito desleal contra um movimento que só sabe enobrecer, levantar o nome do Rio Grande do Sul. Acho que S. Exa., o Gov. Pedro Simon poderia bem reconsiderar isto, pois sabe das dificuldades. Como Presidenta do Conselho Fiscal tenho o direito de pedir, não tenho, Vereador? Acho que poderia reconsiderar tendo em vista as dificuldades do Movimento, e que o movimento faz em prol dos meninos e meninas do Rio Grande do Sul. Acho que V. Exa. está se posicionando muito bem, e atingindo um ponto direto, onde acobertam tantas coisas e tantas altas somas, e de repente, contra um movimento, como é o Movimento dos Escoteiros, eles visam tirar o lucro em cima das coisas que não fizeram. O meu protesto ao que foi feito e os meus parabéns ao discurso de V. Exa.

 

O Sr. Flávio Coulon: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) A bem da verdade, sem querer entrar no mérito da Administração do Dr. Bernardo de Souza na SEC, V. Exa. sabe que há mais de um mês atrás levei o problema ao Secretário de Souza, e ele perguntou quem se poderia indicar. O Sr. Luiz Braz disse que faria a indicação ao Sr. Secretário. Então essa é a minha dúvida. Mas vou tratar de averiguar isso com todo cuidado.

 

O SR. HERMES DUTRA: Eu sou grato a V. Exa. E oportunamente quando a reabertura da Unidade, se ocorrer, nós saberemos reconhecer o esforço da Bancada do PMDB aqui na Câmara. Mas o problema até agora não foi resolvido e, eu não posso ficar a cobrar de um e de outro, essa questão, porque eu tenho responsabilidade como dirigente. E nessa questão, como anteriormente lembrei a V. Exa., tem que ser uma coisa profissional, e não política tem que escolher professores, que entendam o movimento.

 

O Sr. Flávio Coulon: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador eu me comprometo com V. Exa., se o Ver. Luiz Braz não apresentou, delegarei competência para a União dos Escoteiros, para que escolha a melhor pessoa, independente de partido. E essa será a minha sugestão, minha indicação ao Secretário da Educação.

 

O SR. HERMES DUTRA: Sou grato a V. Exa. Eu fiz esse comentário, porque no inicio, ali na estrada, comentávamos o problema que enfrentam as pequenas empresas do Rio Grande do Sul. Porque esse aspecto do imposto que eu levantei, por exemplo, nós temos duas lojas em Porto Alegre e uma em Passo Fundo, e quantas empresas nessa situação?

Eu quero deixar claro que essas lojas que citei, são do Movimento, porque nós não recebemos dinheiro do governo, nós procuramos nos autosustentar, para que não digam que somos dependentes.

Mas eu só quis fazer o registro, porque são coisas que ficam um pouco difícil, quer dizer, aqueles que falcatruam, que escondem, termina sendo beneficiados, como foi o caso da CENTRALSUL. Aquele que é honesto, que reconhece que está passando por dificuldades, por momentos de dificuldades, não quer demitir funcionário. Ou seja, se estou dizendo que vendo, que devo imposto, estou confessando antecipadamente, poderia simplesmente não informar, teria que haver um levantamento, seria uma complicação para o Fiscal, quanto o Estado gastaria. Eu fico imaginando, então, nas milhares de pequenas empresas que enfrentam situações semelhantes no nosso Estado e que não encontram saída para momentos de crise. Nós poderíamos ter pago isso aí, por exemplo, tirando empréstimos, porque temos uma boa ficha cadastral. Agora, imaginem V. Exas. tirar empréstimos com os juros atuais? Já teríamos enterrado o Movimento, se fizéssemos. Nós simplesmente reduzimos algumas despesas que eram possíveis de reduzir, sem mexer nos funcionários, sem mexer em algumas coisas essenciais. E prova está que agimos bem que, hoje, felizmente, já não temos mais este problema. Até o ICM atrasado conseguimos recolher.

Agora, o que me preocupa mais, Sr. Presidente, é que isso aí começa gerar medidas demagógicas. Li no Jornal que há uma Emenda na Constituição anistiando pequenas empresas em todo país. Eu acho que esta não é a questão, porque a anistia pura e simples é injusta. Ela é injusta porque ela beneficia quem foi mau administrador, quem sonegou efetivamente. O que o Governo tem que fazer, neste caso é tratar de criar alguns mecanismos de socorro a estas pequenas empresas para que elas possam sair do sufoco, que é momentâneo. Toda anistia é injusta. E, pelo que sei, corre-se o risco de se ver aprovada uma Emenda, se não me engano apresentada pelo Dep. Saulo Queirós ou Humberto Souto do PFL, que vai beneficiar dez milhões de pequenas empresas do País, ou um milhão. Não me lembro, mas já se sabe que o prejuízo para os Cofres Públicos será na rodem de quinhentos bilhões de cruzados. É o tipo de medida demagógica e que talvez seja aprovada, porque são pequenas empresas. Há pequenas empresas que precisam ser amparadas, mas tem muito mau empresário que se escuda atrás de uma pequena empresa para esconder maus propósitos, porque é um mau negociante, porque é um mau comerciante.

 

O Sr. Raul Casa: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Apenas para me congratular e dar a solidariedade da Bancada do PFL. Quero dizer que, embora a divulgação que fazem para se fundar uma microempresa, é uma gincana incalculável, Vereador. É qualquer coisa de inacreditável os entraves que o Fisco Estadual e Federal colocam para que se consiga fazer alguma coisa, mesmo sendo micro.

 

O SR. HERMES DUTRA: Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa dá ciência ao Plenário de que o Presidente Brochado da Rocha deferiu o Requerimento de autoria do Ver. Paulo Sant’Ana, solicitando seja o Processo n.º 2012/87 – PLL n.º 85/87, que estabelece a isenção do pagamento das tarifas do transporte coletivo do Município de Porto Alegre a todos os ex-combatentes da 2ª Guerra Mundial e dá outras providências, incluído na Ordem do Dia de 01 de junho de 1988.

Com a palavra a Verª Jussara Cony, que cede seu tempo ao Ver. Nilton Comin.

 

O SR. NILTON COMIN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero agradecer à colega Jussara Cony, pela cedência do seu tempo, e quero aproveitá-lo, para uma reflexão profunda sobre os produtos que consumidos, diariamente, nesta Cidade, principalmente os produtos enlatados, a começar pelos óleos comestíveis, como os derivados de soja, em que é difícil encontrar uma lata, num armazém e supermercado, e que a mesma não esteja amassada. É um problema difícil de assimilar, e a população, talvez, afoita em adquirir o produto, não está-se dando conta dos riscos eminentes que pode sofrer a sua saúde.

 

O Sr. Isaac Ainhorn: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Antes de mais nada, quero-me congratular com V. Exa., pelo tem que ora aborda. Sei que V. Exa. é um homem que se caracteriza por ser um profundo conhecedor da matéria, e que tem feito destas temáticas um assunto permanente dos seus trabalhos. E queria, inclusive, que V. Exa., como estudioso da matéria, examinasse com profundidade e fornecesse subsídios e, quem sabe, algumas Emendas, pois sei que V. Exa. tem condições, com o seu preparo e conhecimento, de completá-lo. É um Projeto de Lei do Legislativo, de minha autoria, de nº 55/88, e que amanhã corre a primeira Pauta. É um Projeto que institui, na cidade de Porto Alegre, a fiscalização sanitária de gêneros alimentícios. Amanhã, Vereador, corre a primeira Pauta. Ele trata exatamente dos problemas que V. Exa. enfoca em seu pronunciamento. Gostaria que V. Exa. examinasse o Projeto e, se o encontrasse incompleto – o que, tenho certeza, é muito natural, faz parte deste processo legislativo – o complementasse com contribuições que sei da maior profundidade que V. Exa. tem condições de acrescentar ao mesmo.

 

O SR. NILTON COMIN: Sou grato a V. Exa. A área bromatológica, que engloba a área dos alimentos, é uma área muito sensível. No momento em que a lata está amassada, o verniz interno se decompõe e altera completamente a substância. Se aquela lata de óleo é comestível, se é óleo de soja, arroz ou algodão, há uma decomposição completa. E, com o tempo, há o problema da ferrugem. Então, ali, temos um problema de difícil consumo humano. No tocante às conservas, muito utilizadas em saladas, quando a lata está com a parte de cima abalroada, o perigo é exatamente o mesmo, porque o verniz interno se decompõe e altera a substância. Agora, eu poderia me ater às conservas enlatadas com excessivo teor de corantes, de conservantes, que não temos condições de saber, exatamente, se se encontram em um nível aceitável ao consumo humano.

 

O Sr. Raul Casa: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Sem querer abusar do seu pronunciamento, eu queria dizer que este assunto já foi objeto de muitos debates nesta Casa. Nós mesmos já tivemos a oportunidade de trazer para esta tribuna um rótulo de margarina, para que especificassem qual o significado daquelas letras, daqueles símbolos químicos, que se traduziam em aromatizantes, fixadores e conservantes. Mais do que isto, fizemos nesta Casa uma Comissão, que foi presidida pela Verª Teresinha Irigaray, em que se discutiu longamente o assunto e fizemos, inclusive, um trabalho a campo muito importante, junto ao Instituto de Pesquisas Biológicas do Estado, com relação ao leite consumido pela população de Porto Alegre. Mas seu pronunciamento é sempre atual e interessa a todos nós.

 

O SR. NILTON COMIN: Sou grato a V. Exa., nobre Vereador. O consumo é diário, e se torna atual, porque são lançados no comércio, diariamente, uma série de produtos que são vendidos e consumidos em outros Países. Ocorre que a legislação de alguns Países são mais severas no controle na área desses produtos; no nosso País, normalmente, o que ocorre, é que quando um produto entra em Brasília, o serviço de fiscalização, que registra esses produtos, aceita como norma a técnica introduzida pela empresa que fabrica esses produtos; ocorre que a fiscalização é feita por amostragem, se uma fiscalização da área bromatológica, do Instituto e Pesquisas Biológicas do Estado, ela faz por amostragem, e em cada cem ou mil produtos, ela pega um e faz a análise. É que o número de profissionais dessa área é muito pequeno, e não se sabe, a opinião pública, não se sabe exatamente quais os produtos. Há duas semanas, o Secretário da Saúde, Deputado Ferrari, divulgou, na imprensa, uma relação de produtos que ele retirou do mercado, porque continham doses excessivas de corantes, aromatizantes e conservantes. Ocorre que num País subdesenvolvido, como o nosso, não se dá valor a laboratórios especializados, em que o povo tenha acesso fácil; é necessário que você mostre o ônus da prova, e pergunto aos Srs. Vereadores, quem de nós, consumidores, têm condições de mandar analisar um produto, quem de nós têm condições de fazer uma prova, porque o processo envolve prova, contraprova, e uma série de apelações; é muito difícil, e caro para a população, e isso tem que ser mais aberto. Este Projeto, que ainda não tive a honra de dar uma olhada, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, passando para o Município, ele poderá ter um manejo mais fácil, por parte da população; temos que ver se essa matéria encontra guarida, porque, na órbita Federal, Estadual e Municipal, ainda existem algumas dificuldades.

 

O Sr. Isaac Ainhorn: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Inspirei-me, exatamente, porque essa questão me preocupou bastante, com a competência do Município, e encontrei fundamentação legal, Vereador, na Lei Orgânica do Município de Porto Alegre que estabelece a competência concorrente do Município ao lado do Estado e do Governo Federal, no sentido de fiscalizar os gêneros alimentícios.

 

O SR. NILTON COMIN: Se este é o caminho, tem de ser muito bem estudada a matéria sob o ponto de vista toxicológico e não apenas bromatológico para saber exatamente quais as dosagens mínimas que podem ser consumidas de uma só vez e durante as 24 horas. É uma matéria do maior interesse da população.

 

O Sr. Aranha Filho: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) A matéria é especificada da saúde?

 

O SR. NILTON COMIN: A finalidade é a saúde, mas tem alguns ministérios que manuseiam a matéria.

 

O Sr. Aranha Filho: Quero me colocar diante de um problema muito sério que é nossa Lei Orgânica do Município, que data de 1970. Foram feitas algumas introduções por esta Casa no decorrer desse tempo, mas veja que ela não contempla a área da saúde. Quando reparamos esse problema, estamos entrando na Ordem do Dia, uma alteração na Lei Orgânica do Município, dotando o Município, e chamo a atenção de V. Exa. e dos demais Vereadores para o enorme trabalho que deveremos ter a partir de agora porque teremos de legislar em cima da área da saúde que não é contemplada pela Lei Orgânica.

 

O SR. NILTON COMIN: Vejam a dificuldade para legislar sobre esta área. Porto Alegre possui há mais de 40 anos um instituto do Estado, o Instituto de Pesquisas Biológicas. As faculdades possuem alguns laboratórios, mas não são laboratórios de referência, o único laboratório de referencia é o IPB. Será que o Município de Porto Alegre terá condições tecnológicas para manter um órgão para fazer uma intensiva fiscalização? Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Comunicação de Liderança com o Ver. Flávio Coulon.

 

O SR. FLÁVIO COULON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Verª Bernadete Vidal, hoje eu estou falante e V. Exa. veja que eu venho a esta tribuna para elogiar o Prefeito Alceu Collares. Veja se não é um fato sensacional que merece a Vereadora até ficar para ouvir.

Pois venho aqui elogiar o Prefeito Alceu Collares, por incrível que pareça. Ninguém na História de Porto Alegre sabe aplicar o golpe do bode com tanta categoria, com tanta competência como o Prefeito Alceu Collares. O que é o golpe do bode? É aquele em que o casal está vivendo feliz aí botam um bode dentro do apartamento; botam dois bodes. Quando tiram um, é uma festa.

Pois veja lá, toda a Cidade de Porto Alegre se mobilizou em relação ao feriado do dia 2, que ele tinha marcado. Foi “aquela”, marcou para o dia 2, a Cidade inteira querendo que transferisse e que antecipasse para a segunda-feira e ele não antecipava de jeito nenhum. Aí as classes empresariais se reuniram com o clero, o clero acertou com as classes empresariais, levaram lá uma solicitação ao Sr. Prefeito, o Prefeito armou um circo a ponto de conseguir, primeira página do Jornal Zero Hora com o Dr. César Rogério Valente batendo palmas ao Prefeito e o Prefeito, modestamente recebendo as palmas. Ou seja, criou o problema e saiu lindaço.

Então, eu tenho que vir à tribuna, eu que vim para criticar o Prefeito de não antecipar para segunda-feira, eu tenho que vir aqui para dizer e para cumprimentar o Prefeito e para elogiar o espírito público do Prefeito que soube reconhecer que estava errado e atender os anseios da sociedade e do empresariado porto-alegrense.

Tenho que vir aqui me congratular com o Prefeito. E é isto que eu estou fazendo, hoje, nesta radiosa tarde outonal, com todo o prazer.

E agora nós vamos lá para a SMT, 20 mil pessoas, Ipiranga afora, os velhinhos, quase morrendo de frio, 4, 5 dias, criou o maior problema na Cidade. Hoje, salvou todo o mundo. Vamos prorrogar a validade das carteirinhas. Ele não sabia, claro que ele não sabia que todas as carteirinhas iriam terminar todas este mês. Ele só ficou sabendo quando ele leu na Zero Hora e viu aqueles pobres velhinhos lá em fila e imediatamente o coração do Prefeito se tocou profundamente, e ele prorrogou as carteirinhas. E eu tenho que vir a esta tribuna para saudar o espírito magnânimo e compreensivo do Prefeito Alceu Collares que se condoeu da dor, do frio, do trabalho e da tristeza dos idosos desta Cidade. E é o que estou fazendo por um dever de justiça. Dois elogios para o nosso Prefeito com toda honestidade do coração, Ver. Valdir Fraga, porque ele merece – atendeu a sociedade, no feriado, atendendo agora os pobres velhinhos. E não vou falar do Projeto Praia do Guaíba que é outro, que estou sabendo que agora volta maquilado para cá, para não tripudiar. Três elogios numa tarde é demais para ele. Mas aproveito, Ver. Valdir Fraga, e aproveito a presença do autor do Projeto, Ver. Nilton Comin, para solicitar a V. Exa. que me traga do Executivo uma informação. Foi aprovado ontem o Projeto das zoonoses, e o boato que corre aí é que os técnicos da Prefeitura que viajaram para São Paulo, para fazer uma espécie de curso de zoonose, foram patrocinados pela Ciba-Geyer. Então, eu como não acredito nestas coisas, de maneira nenhuma, tenho certeza que não é verdade, mas como a Ciba-Geyer é uma empresa que fabrica raticidas e os raticidas certamente serão muito comprados pelo centro de zoonose para combater os ratos, e como nós não acreditamos neste tipo de combate através de produtos químicos, nós gostaríamos que o Ver. Valdir Fraga, na ausência do ilustre Líder da Bancada, trouxesse a informação que se realmente a Ciba-Geyer teve uma espécie de patrocínio neste curso que os técnicos da Prefeitura, futuros técnicos do centro de zoonose, fizeram em São Paulo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O próximo orador em Comunicação de Liderança é o Ver. Raul Casa, do PFL. V. Exa. tem 5 minutos.

 

O SR. RAUL CASA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é natural que em época pré-eleitoral, quando as conversações entre partidos acontecem, surgem aqui, lá e acolá, manifestações internas e extra-partidárias envolvendo determinada grei partidária. O PFL não foge à regra, apenas vou ler, da tribuna, uma nota do Diretório Metropolitano que expressa, a vontade, principalmente dos Vereadores que integram o PFL, com relação a eleições municipais. A nota se explica por si.

 

“NOTA DO DIRETÓRIO METROPOLITANO

 

Em reunião extraordinária do Diretório Metropolitano do Partido da Frente Liberal (PFL), de Porto Alegre, realizada ontem a noite, presentes a Executiva do Diretório, todos os vereadores municipais e os presidentes da zonais 1ª, 2ª, 113ª, 114ª, 158ª, 159ª, 160ª, e 161ª, foi apreciado o processo sucessório na capital.

 

Ao final do encontro deliberaram os participantes, a unanimidade, na qualidade de únicos responsáveis pelo encaminhamento e decisão quanto ao pleito municipal, tornar público o seguinte:

 

1º ) Que, sem excluir a possibilidade de candidaturas próprias: ratificam os entendimentos mantidos junto a outros partidos políticos, esclarecendo, entretanto que tais conversações serão objetos de apreciação plena, na ocasião oportuna.

 

2º ) Deixam definido que, além do natural interesse partidário, busca o PFL soluções para os sérios e graves problemas que afligem a capital do Estado, procurando o perfil de um candidato adequado às dificuldades atuais e capacitado para responder a este desafio.

 

3º ) Que, dentro de um mês, o PFL de Porto Alegre estará apto a definir sua posição oficial quanto ao pleito, certo de que não será instrumento, direto ou indireto, de manobras grupais que visam objetivos nem sempre confessáveis.

 

 

Porto Alegre, 26 de maio de 1988.

 

MÁRIO RAMOS,

   Presidente do

Diretório Metropolitano.”

 

 

Sem me alongar em considerações, se entrar no mérito, fica aqui a manifestação dos vereadores da Bancada do PFL, registrando, apenas, que a escolha de candidato à Prefeitura, pelo PFL, passa, rigorosamente, pela Bancada com assento nesta Casa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Comunicação de Liderança com o PDT. Com a palavra o Ver. Valdir Fraga por 5 minutos sem apartes.

 

O SR. VALDIR FRAGA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu estou sendo surpreendido nesta Casa, porque, quando Secretário do Governo, muitas pessoas diziam assim. “o Líder do PMDB é um carrasco, é uma pessoa que está sempre brigando”. Agora, eu vi que não é nada disso: ele é um homem sensível, na hora de elogiar, ele elogia o Prefeito; elogia até o Governador - quando ele merece -, por pouco que não ficou ouvindo o discurso do Ver. Flávio Coulon, a Vrª Bernadete Vidal que saiu, mas até que não perdeu muito, não é? Logo em seguida o Vereador falou o “golpe do bode”, a seguir disse: “botou fogo no circo”, aí complicou mais um pouquinho, já perdi o entusiasmo e depois ele voltou a elogiar. Mas eu acho que, colocando as coisas nos seus devidos lugares, realmente o Prefeito foi procurado por representantes do Clero, e ele achou por bem aceitar a solicitação do Clero, porém, logo em seguida, vieram as reações normais: telex do Ver. Martin Aranha que até aqui, nenhum dos Companheiros teriam destacado, e eu não pude acompanhar pela imprensa, mas senti aqui nesta Casa a vontade do mesmo em constituir uma comissão para conversar com o Prefeito para que o mesmo voltasse atrás da sua posição. Mas o Prefeito atendeu, Ver. Flávio Coulon, não só pedido da Federasul, mas atendeu também as solicitações da Associação do Comércio dos Funcionários na pessoa do Dr. Barbosa, que, felizmente, se encontra aqui no Plenário. Pois, o Barbosa teve a sensibilidade de ir lá assim como o Presidente da Federasul e outros representantes de outras entidades, e ele voltou atrás. Como errar é humano, ele errou, porém é um homem que foi sensível e tem demonstrado isso ao longo de sua carreira, não só como Prefeito, como Deputado Federal e nós temos a honra muito grande em representar o governo do Município para defendê-lo. Eu era um dos Companheiros do Prefeito que teria ligado a ele para ver se não haveria condições de que ele voltasse atrás...

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Caio Lustosa.)

 

Eu não estou negando nada disso, Vereador. Estamos aqui com a nossa sinceridade e o Ver. Caio Lustosa está chegando agora, cara limpa, mãos limpas, graças a Deus. Coloquei aqui a Federasul, a Fiergs eu não tinha me dado conta. Mas coloco a Fiergs, coloco os funcionários do comércio liderados pelo Barbosa, um homem digno que defende seu grupo com muita garra e muita força em todos os momentos e quem quer que seja, poderia até defender os interesse de V. Exa. Ou V. Exa. não queria o feriadão? Não queria, não tinha sido programado.

Então, está aí a resposta ao querido Ver. Flávio Coulon, que foi sensível que cedeu contra a sua vontade, a pedido da maioria.

Referente à fila, infelizmente causada pelos companheiros com mais de 60 anos, por transporte gratuito, o projeto, também de ilustre companheiro nosso, também do seu partido, um ilustre ex-companheiro nosso Vereador Valdomiro Vaz Franco, o projeto é dele, e o Prefeito está lá sendo cumprido. Mas nem tudo o Prefeito pode acompanhar. V. Exa. infelizmente, para mim, ainda não foi Secretário, e poderia ser um excelente Secretário, agora no Governo do Estado, tenho certeza que ia se dar conta, e não precisaria alterar ou estender por mais alguns dias para evitar estas filas.

Espero que V. Exa. possa ajudar o seu Governado, como nós que passamos lá pela Prefeitura ajudando o Prefeito, para que não aconteçam estes pequenos probleminhas que surgem, que são pequenos problemas para a nossa comunidade, como é o caso das filas. Era isto.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Nada mais a tratar, estão encerrados os trabalhos.

 

(Encerram-se os trabalhos às 15h47min.)

 

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